Apesar de ser um homem um tanto quanto preguiçoso, procuro sempre me atualizar, leio bastante, estou sempre navegando na internet lendo artigos e/ou reportagens dos mais diversos tipos, sempre me atualizando, afinal a notícia de hoje é a informação de amanhã. O que é um fato hoje será usado amanhã para estatísticas, estudos e etc.
E devido à função que exerço, tenho contato com muitas pessoas, algumas não são de meu agrado, outras me deixam muito feliz, mas far-se-á o que não é mesmo? Não podemos ter tudo e, além do mais, são as pessoas difíceis que nos preparam para a vida, que nos ensinam, que fortalecem nosso espírito de luta.
Nestes tempos estava lendo um artigo onde o autor filosofava sofre um determinado assunto e minha mente viajou lá para o início dos tempos, quando eu era um garoto de vinte e dois anos, tinha acabado de ingressar na GCM, os tempos eram outros, o serviço exercido era bem diferente, as necessidades e dificuldades eram grandes, a lei era bem mais flexível para o GCM, PM ou Civil, mas também era igualmente flexível para o meliante. Algumas coisas horripilantes aconteciam sob a certeza da impunidade e muitos lendários criminosos e policiais fizeram fama devido a isto.
Mas, não é sobre isto que quero discursar...estava certa feita em pé na unidade em que trabalhava, uniformizado, garboso (não tinha barriga, era atlético), os metais brilhavam, e estava conversando com uma GCM-F “antigona”, a GCM existia a 7 anos até então e quem possuía três anos ou mais já era antigo, e falávamos de GCM’s que tinham sido recentemente promovidos ao cargo de Classe Especial e ela me falou sobre liderança. Me explicou a diferença de “Líder Nato” e “Líder Imposto” e exemplificou citando dois recém promovidos, onde o líder nato conduzia o efetivo através da simpatia, do carisma exercido, do exemplo.
O líder imposto usava da força do cargo, do “faça o que eu mando”, do “eu sou o chefe” e etc.
Nunca me esqueci daquelas palavras e exemplos, e infelizmente não temos tantos lideres natos, mas sobram lideres impostos. Embora a matéria “Chefia e Liderança” esteja presente na grade de muitos cursos de graduação, entenda aqui por “graduação” como “elevação de grau”, pode ser tanto hierárquico como formação educacional, ainda é uma matéria para “inglês ver”, embora nas empresas de médio e grande porte seja aplicada e cobrada, em outras é apenas para “encher currículo”.
São necessários lideres natos, aqueles que devemos olhar como exemplos a seguir e não nos envergonhar ao apontar para ele, termos orgulho de apresentá-los ou comentar sobre os mesmos. Termos ciência de suas fraquezas e pontos fortes, pois eles sempre nos mostram que são seres humanos e como tal, possuem falhas também, mas suas qualidades superam suas fraquezas, e isto nos faz querer aprender com eles, caminhar com eles e com isso, nos melhoramos a cada dia e impulsionamos a eles que se melhorem também, pois o líder tem que ser superior ao liderado na parte do conhecimento e experiência adquirida, não apenas “Patente”.
E pensando neste lideres natos e impostos, me veio à lembrança uma outra definição de pessoas passada por um de meus chefes, e olha que eu me considero um ser privilegiado pois no geral, as pessoas que possuem cargos de chefia a que estou diretamente subordinado, são altamente gabaritados pela vida e pessoas de nível profissional e moral elevados e um deles disse:
“Eduardo, há dois tipos de pessoas: As pessoas que se esforçam em ser boas, mas a índole delas é má e elas sabem disto, e elas praticam a maldade de forma ciente, mas para disfarçar a maldade que lhes é nata, procuram falar coisas boas e fazer coisas boas. E existem as pessoas boas, algumas delas até procuram ter atitudes mais duras para que outras pessoas não se aproveitem dela, mas possuem a essência boa e se condenam por não conseguir ajudar as vezes, e ter que ser duras as vezes.”
Foi uma ótima definição sobre a índole humana, e também acolhi este ensinamento. Às vezes me pergunto:
Sou um líder nato ou imposto?
Sou uma pessoa boa que faço coisas ruins às vezes ou sou uma pessoa ruim que faço coisas boas às vezes?
Mas não serei eu que responderei.
É claro que me esforço para ser um líder nato, e me acho uma boa pessoa, mas minha opinião não é válida...então procuro me basear na fé que cultivo, nos bons princípios, nos bons exemplos...espero que consiga, procuro colocar minha cabeça no travesseiro e não ter a dor na consciência de ter prejudicado a alguém de forma injusta ou por puro “prazer masoquista”, procuro ser justo, andar no caminho da luz.
Então meus colegas de existência, fica aqui mais um depoimento e divagação deste para, quem sabe, vossas divagações e auto avaliação.
Percebam que não sou autor de nada, apenas usei o conhecimento para expor um pensamento e aproveito e lhes pergunto:
Será que somos pessoas boas ou pessoas más?
Será que somos lideres natos ou lideres impostos?
Será que queremos que nossos exemplos ecoem?
Fraterno abraço a todos e que o GRANDE CRIADOR sempre nos ilumine!